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Tarifa de Trump causaria impacto significativo na Colômbia, diz estrategista da XP

- 27/01/2025 9 Visualizações 9 Pessoas viram 0 Comentários
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O impacto da taxação de 25% nos produtos colombianos exportados para os Estados Unidos, anunciada e depois suspensa no domingo (26) pelo presidente Donald Trump, afetaria de forma considerável a economia do país latino-americano, disse Andrés Pardo, estrategista-chefe Latam da XP Investimentos.

“Considerando que os EUA representaram 29% das exportações da Colômbia em 2024 (cerca de 4% do PIB), o impacto econômico deve ser significativo”, disse o especialista ao InfoMoney, mencionando que o país latino-americano vende cerca de 40% de suas exportações de café, 80% de suas flores de corte e 25% de seus produtos de mineração para os EUA.

O presidente dos Estados Unidos decidiu impor uma tarifa emergencial de 25% sobre todos produtos colombianos após o presidente Gustavo Petro se negar a receber voos de imigrantes deportados dos EUA em aviões militares. O porcentual, falou, subiria para 50% em uma semana.

A Colômbia também chegou a impor tarifa equivalente a importações americanas, mas os países chegaram a um acordo horas depois, com a Colômbia concordando em receber voos de deportados, desde que mantida a a dignidade dos cidadãos do país.

Leia mais: Trump impõe tarifa de 25% à Colômbia após país recusar voos com imigrantes deportados

Ativos financeiros

A rapidez na negociações não surpreende. Segundo Pardo, os ativos financeiros colombianos também poderiam enfrentar uma pressão relevante, com o dólar frente ao peso colombiano e os spreads de crédito subindo, além de uma forte liquidação em taxas de juros, títulos e ações.

A pressão dos EUA viria em momento em que se espera uma guinada na política monetária na Colômbia, principalmente após novos indicados do presidente Petro assumirem cadeiras na direção do banco central do país.

“Embora os novos codiretores pareçam ser altamente técnicos (independentemente de suas orientações políticas), os novos nomeados significarão que a maioria dos membros foi escolhida pelo Presidente Petro e espera-se que eles se alinhem com a visão do atual governo, o que pode levar a cortes mais profundos nas taxas de juros”, avaliavam analistas do Bradesco BBI há duas semanas, antes da crise com os EUA.

“A esperada redução na taxa de juros pelo Banco da República (BanRep) na reunião desta semana pode ser facilmente descartada, dependendo da reação do mercado e de novos desdobramentos”, disse o estrategista da XP antes do impasse ser resolvido. “Neste estágio, não se pode descartar a reversão do ciclo de flexibilização monetária”.

Ele disse ainda que uma reunião de emergência para anunciar medidas de intervenção no câmbio, incluindo ações nos mercados à vista e de derivativos, também poderia ser uma possibilidade.

Tensões eram previstas

A taxação não havia sido a primeira medida de Trump a afetar a Colômbia. Na semana passada, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), órgão do país encarregado de distribuir a ajuda externa, confirmou a suspensão de todos os programas de ajuda ao país. Segundo Pardo, isso equivale a uma perda de US$ 250 milhões por ano.

“O novo mandato de Trump traz desafios para o país em áreas como imigração, drogas, narcotráfico e mudanças climáticas. As tensões no relacionamento entre os dois governos já eram previstas antes mesmo de Trump assumir, devido às visões divergentes entre ambos”, falou o especialista.




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