As taxas dos títulos de inflação abriram as negociações em nova alta nesta quarta-feira (16), na volta à normalidade da plataforma do Tesouro Direto após paralisação na terça por conta da greve dos servidores. Destaque para a disparada no juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ 2035, que vai a 6,49% ao ano, o maior nível desde os 6,58% atingidos no começo de julho, o recorde de 2024. O movimento ocorre em meio a um sentimento mais pessimista do mercado, que recebeu mal as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da taxação de milionários e ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. Há também receio de que os cortes de gastos prometidos pela equipe econômica não sejam entregues. Na visão de economistas e gestores ouvidos pelo InfoMoney, no entanto, há um exagero na precificação da taxa Selic ao final do novo ciclo de aperto monetário para mais de 13%. Para esses agentes, mesmo considerando a preocupação com a trajetória das contas públicas, o cenário não é condizente com o tamanho dos prêmios de riscos existentes hoje no mercado e podem indicar algum nível de disfuncionalidade. Se essa avaliação estiver correta, os níveis de remuneração oferecidos atualmente pelos títulos públicos podem ser considerados atrativos para o investidor – principalmente se o foco for aplicar em prazos curtos, onde as taxas estão anormalmente maiores. Leia mais: Tesouro paga maior taxa de juros do ano em meio a ceticismo com o fiscal O Tesouro IPCA+ 2029 oferece 6,69% ao ano além da inflação, ao passo que o título de 2035 tem taxa de 6,49%, ou de 6,53% na versão com pagamentos semestrais. No papel para 2040 com juros semestrais, os juros vão a 6,44%. Os títulos prefixados também pagam mais nesta quarta-feira, mas com taxas oscilando em menor grau. A aplicação com vencimento em 2027 oferece 12,75% anuais, contra 12,66% na segunda-feira, e o papel para 2031 entrega 12,83% ao ano; há dois dias, era 12,69%. Confira as taxas dos títulos públicos disponíveis no site do Tesouro Direto, na atualização de 13h02: |
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