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Título público dos EUA “fora do radar” se aproxima de maior retorno em 10 anos e atrai investidores

- 12/08/2023 172 Visualizações 164 Pessoas viram 0 Comentários
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Os rendimentos dos títulos de curto prazo do Tesouro dos Estados Unidos mais uma vez avançam para 5% ao ano, mas há outro ativo menos conhecido começando a chamar a atenção do mercado.

Trata-se dos Treasury Inflation-Protected Securities (TIPS), títulos do Tesouro indexados à inflação, mais especificamente os com vencimento em 30 anos. Pela primeira vez em uma década, eles podem ter rentabilidade ultrapassando a casa dos 2% ao ano (de “rendimento real”).

A expectativa de que essa barreira seja quebrada — e o onde pode parar se chegar lá — está tirando o sono dos investidores.

Nos EUA, um ativo com “rendimento real” de 2% é muito atrativo após os aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve, o banco central do país. Em 18 meses, foram mais de 5 pontos percentuais de incremento. Para alguns, no entanto, a incerteza sobre o pico da inflação, combinada com a crescente necessidade de rolagem da dívida pelo governo americano, significa que todos os tipos de rendimentos de longo prazo podem, na verdade, precisar ser ainda mais altos.

Os títulos do Tesouro indexados à inflação pagam juros sobre o valor base ajustado pela inflação, de modo que seus rendimentos representam uma taxa de retorno “livre de risco”. Isolados dos efeitos que as taxas de juros do Fed podem ter sobre a inflação futura, esses títulos também servem de barômetro para as perspectivas da economia.

Um título desse tipo com vencimento em 30 anos ultrapassou 2% pela última vez em 2011. Nesse meio tempo, caiu para níveis em torno de -0,50% em 2020 e 2021, depois que o Fed cortou os juros e a demanda por proteção contra a inflação disparou. Agora, a nova possibilidade de juros reais mais altos nos EUA se mostra como um teste do otimismo do investidor em relação à economia estadunidense.

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“Nossa mensagem: invista em títulos, com rendimentos tanto nominais quanto reais”, disse Rob Waldner, estrategista-chefe de renda fixa da Invesco. “O crescimento nominal [da economia] está desacelerando e caindo abaixo das taxas de retorno nominais. Existe o risco de o Fed estar cometendo um erro, já que a política econômica está se tornando mais rígida agora”.

Um título americano de 30 anos indexado à inflação com rentabilidade de 2% anuais pode ser irresistível para investidores com passivos de longo prazo, como fundos de pensão e seguradoras. Na última década, esse tipo de comprador teve um interesse baixo por essa categoria de treasury, disse Michael Pond, head de pesquisa global de ativos de inflação do Barclays.

Em 2% ao ano, “essa base de investidores pode voltar”, disse Pond. Um leilão de treasuries de inflação de 30 anos marcado para 24 de agosto “será um teste decisivo disso”, falou. Em julho, um leilão de um título similar, mas com vencimento em 10 anos, atraiu uma demanda muito forte com um rendimento de 1,495% anuais, o mais alto para o produto desde 2010.

Parte da pressão sobre os rendimentos dos TIPS – bem como os rendimentos nominais de longo prazo do Tesouro – vem na esteira de uma elevada incerteza sobre a trajetória da inflação americana. A inflação medida e as expectativas de inflação segundo levantamentos caíram esta semana, mas o petróleo bruto subiu para seu nível mais alto do ano, e os planos de saúde no país estão prestes a iniciar um ciclo de aumento de preços.

“Existe a possibilidade de precisarmos de rendimentos reais e nominais mais altos”, disse Michael Cudzil, gestor de portfólio da Pacific Investment Management. “Nosso cenário base é uma desaceleração significativa, que leva a uma recessão e eventualmente reduz essa rentabilidade. Mas há uma chance de vermos mais prêmios de inflação em curvas que não víamos há muito tempo”.

Enquanto isso, o sentimento de mercado está em baixa. Quanto mais tempo o yield dos TIPS de 30 anos permanecer acima de 1,86% — patamar que deverá ser sustentado pelos investidores —, “mais provável será um impulso de pessimismo em direção a novas máximas do ciclo, com um alvo de médio prazo dos rendimentos em a 2,28%, mesmo nível de 2010”, escreveu Edward Acton, estrategista do Citigroup, em nota na sexta-feira (11).

© 2023 Bloomberg L.P.

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