Há momentos em que a volatilidade costuma aparecer com mais frequência no mercado financeiro. Um desses momentos é durante a divulgação da Ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que estabelece a política monetária do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos – trata-se de um órgão similar ao Comitê de Política Monetária (Copom), constituído no âmbito do Banco Central do Brasil. “Teve um dia em que abri uma ordem (iniciar operação na bolsa) um pouco antes da divulgação da Ata do Fomc. Tomei prejuízo. Liguei para o meu assessor, falei com a minha esposa. Dói no ego. Senti um vazio”, lembra o trader Felipe Bratfisch, que participou do episódio 219 do programa GainCast. Mudança para o day trade“Derivativo é muito rápido e diferente de ação, que é mais devagar. Se pudesse falar com o Felipe do passado, começaria apenas no simulador (de operação financeira). Ficaria um bom tempo no simulador”, afirma.
Ele conta que, após o episódio da Ata do Copom, resolveu voltar ao trade com mais embasamento e, então, passou a se aprimorar por meio de cursos. “Não vou operar mais da minha cabeça”, pensou, na época. Publicitário e traderFelipe Bratfisch é publicitário e sócio da empresa de comunicação B&Partners. “O trade, para mim, além de algo de que gosto, é um complemento de renda. Consigo ter ali algo com que posso contar mês a mês”, diz. “Consegui chegar a um patamar em que consigo contar com os meus ganhos para complementar minha renda mensal”, detalha, ressaltando que sua atividade principal é na publicidade. “Comecei fazendo swing trade, operando análise fundamentalista, mais para médio e longo prazos. Comprava papel e segurava por meses, às vezes anos. Achava algo cansativo”, relata. Hoje, ele faz day trade. “Em 2018, 2019, comecei a fazer operações mais curtas. O que acontecia é que, quando fazia swing trade, segurava a posição por muito tempo, ganhava com alguns papéis e perdia com outros. Então, ficava no zero a zero e abaixo da renda fixa.” “Então, comecei a mudar um pouco nessa parte de ações, fazendo trades com períodos muito mais curtos. Foi aí que conheci os derivativos (minicontratos)”, recorda. O trader se aperfeiçoou na análise gráfica e hoje está estudando o Smart Money Concept (estratégia de negociação focada em entender os movimentos do mercado). Saiba mais: Rotina“Eu testo um pouco de cada coisa para ver qual operacional fica melhor para mim. Tem dias em que não dá para fazer trade, ou dá somente na abertura, ou às vezes vou fazer apenas scalping (operação curtíssima)”, esclarece. Ele conta que sua rotina no trade envolve ouvir alguns analistas de mercado entre 8h e 9h da manhã.
O trader afirma ainda não gostar de “ficar atirando para todos os lados” durante suas operações. “Toda vez que fiz isso, só perdi”, pontua. Seu gerenciamento de risco é baseado em meta diária. “Consegui melhorar minha gestão de riscos quando comecei a operar derivativos”, conta. “Antes, não tinha noção, operava um lote de cada tamanho. Hoje, opero em média 10 (minicontratos) de dólar e 20 (minicontratos) de índice. Se estou muito confiante, chego a ficar com 50 contratos. Quando vejo dólar e bolsa caindo, por exemplo, penso que tem algo errado e não vou com a mão cheia”, ensina. Seu stop (parada da operação por perdas) é financeiro. “Tenho uma média de ganho e perda. Mas não me limito. Se estiver em gain (ganhos), vou em frente. Se vejo que está direcional e o fluxo está bom, aumento a mão com confiança. Não tenho medo de ganhar. Mas o máximo que aceito perder é 2 mil reais por dia”, ressalta. |
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