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Economia

Traição financeira: como evitar dívidas do parceiro e fortalecer relacionamento

- 11/06/2025 2 Visualizações 2 Pessoas viram 0 Comentários
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Relacionamentos amorosos vão muito além do romantismo propagado em filmes e peças publicitárias. Com o passar do tempo, a convivência passa a envolver temas mais práticos, como a gestão financeira. E esconder detalhes da vida econômica pode implicar em um tipo de traição: a financeira. Atitudes como ocultar dívidas, ganhos e gastos podem quebrar a confiança e até levar o relacionamento ao fim. Mas, como abordar um tema tão espinhoso em um relacionamento e se proteger das dívidas do parceiro?

Quebrando tabus

Falar sobre dinheiro na relação ainda é tabu para muitas pessoas, e desperta emoções difíceis de lidar, como euforia, raiva e frustração – e uma simples conversa sobre quem paga a conta pode despertar uma avalanche de sentimentos. 

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Para quebrar o clima tenso, a sugestão dos especialistas é começar falando de temas mais brandos dentro de finanças pessoais, como seguros e assistências oferecidas. Este é o conselho de Luciana Pavan, especialista em economia comportamental e fundadora da plataforma 90 Segundos de Finanças.

Para quem é CLT, ela sugere, é possível trocar informações sobre benefícios como vale-refeição, bônus anuais, entre outros pontos.

Quando começar a conversa sobre dinheiro

Para os especialistas ouvidos por InfoMoney, quanto antes essa conversa acontecer, melhor. A transparência pode ajudar a construir relacionamentos mais sólidos e duradouros, trazendo maior intimidade para o casal.

“É preciso ser transparente sobre sua real situação financeira: qual é seu salário? Você tem dívidas? Qual o valor? Você investe? Quanto tem investido? Possui seguros? Quem são os beneficiários? Tem previdência privada? Quem são os beneficiários dessa previdência?”, afirma Pavan.

“Costumo brincar: não precisa pedir a declaração do Imposto de Renda no primeiro encontro, mas, se ao longo da vida ela estiver disponível, melhor”, fala.

Traição financeira e dívidas

Segundo Pavan, esconder a real situação financeira pode ser considerada uma traição por causa da quebra de confiança – isso sem falar nas consequências de herdar dívidas.

Há casais em que um deles se endivida e tem vergonha de contar para o outro porque não consegue sair sozinho da situação. Neste caso, se o casal estiver em uma união estável ou for casado, a dívida pode ser de responsabilidade do cônjuge também, e não só de quem a contraiu.

“No regime da comunhão parcial de bens, os bens comuns respondem pelas obrigações contraídas durante o casamento por uma ou outra parte para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal. O mesmo é aplicável aos companheiros na união estável”, afirma João Pedro Cunha Rezende, sócio da área de planejamento patrimonial e sucessório do PGBR Advogados.

Na dúvida, faça um contrato

No caso dos namorados, a relação entre as duas pessoas não implica em responsabilização por dívidas. Mas, como relacionamentos modernos podem ter características que se assemelham a uma união estável, ainda que cada um tenha a sua casa, uma forma de se proteger contra dívidas (e proteger-se da partilha de bens) é fazer um contrato de namoro

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Rezende explica que esse contrato pode ser feito em documento com a assinatura do casal e, de preferência, de duas testemunhas. Ou, ainda, fazer uma escritura pública em cartório.

“É indicado caso os namorados não tenham a intenção de constituir família na atual etapa de vida em que se encontram, estabelecendo que não há qualquer comunicação de direitos e obrigações em razão da mera relação de namoro existente, não havendo quaisquer vínculos patrimoniais e implicações sucessórias”, afirma.




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