SÃO PAULO (Reuters) – O Ministério da Economia do Uruguai afirmou nesta sexta-feira que uma decisão do órgão antitruste local sobre uma transação entre as brasileiras Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) não havia sido tomada, ao comentar notícias publicadas na mídia uruguaia de que a negociação, que envolve ativos no país, havia sido bloqueada. A Marfrig afirmou que não foi notificada sobre uma suposta decisão bloqueando o acordo, enquanto a compradora dos ativos, a Minerva, divulgou uma declaração quase idêntica sobre o assunto. A manifestação do ministério e das empresas aconteceu após notícia publicada no El Observador, um dos maiores jornais do país, segundo a qual o acordo da Marfrig para vender algumas fábricas para a rival Minerva teria sido bloqueado pelas autoridades antitruste uruguaias. O Ministério da Economia do Uruguai disse à Reuters na sexta-feira que a autoridade antitruste do país não tomou uma decisão oficial e não comentaria no momento. A Marfrig fechou um acordo em agosto do ano passado para vender 16 plantas de abate para a Minerva por 7,5 bilhões de reais, em um negócio que mudaria significativamente seu perfil na América do Sul. Segundo analistas do Santander, a venda dos ativos está dividida em duas transações distintas, incluindo uma de 1,5 bilhão de reais para as fábricas no Uruguai e outra de 6 bilhões de reais para as dos demais países. Baixe uma lista de 11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos “Mesmo que o acordo no Uruguai não seja aprovado, não esperamos impacto em transações semelhantes na Argentina, no Brasil e no Chile”, escreveu o Santander, acrescentando, no entanto, que a conclusão de toda a transação está condicionada à aprovação no Brasil. As unidades a serem vendidas estão localizadas no Chile, Brasil, Argentina e Uruguai. A maioria processa carne bovina, enquanto uma no Chile abate cordeiros. O Goldman Sachs disse que três das 16 fábricas visadas pela Minerva estão localizadas no Uruguai, respondendo por 16% da capacidade total de abate de carne bovina que pretende adquirir. A Marfrig também controla a processadora de aves e suínos BRF, sediada no Brasil, e a National Beef, nos Estados Unidos. A Marfrig e a Minerva afirmaram em notas ao mercado que “até o presente momento não recebemos dos órgãos competentes qualquer decisão sobre o tema”. As ações da Marfrig chegaram a subir até 3,4%, antes de reduzir ganhos e subir 0,9%. As ações da Minerva avançaram 2,2% nas negociações da manhã, mas inverteram o curso no início da tarde, caindo 0,5%.
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