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Vale, Usiminas, CSN ou Gerdau: qual deve sair melhor na temporada de balanços do 2T?

- 17/07/2025 5 Visualizações 5 Pessoas viram 0 Comentários
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Com a temporada de balanços do segundo trimestre prestes a começar, os holofotes se voltam para os principais nomes da mineração e siderurgia listados na B3. Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) enfrentaram o segundo trimestre de 2025 (2T25) em contextos operacionais distintos — o que deve se refletir diretamente nos resultados.

De um lado, o recuo nos preços do minério de ferro pressiona margens de gigantes como Vale e CSN Mineração. Do outro, empresas do aço lidam com demanda enfraquecida, concorrência externa e dificuldades em repassar custos.

Mas entre quedas de margem, ajustes de custo e variações de volume, qual empresa deve sair na frente neste trimestre? A seguir, um panorama consolidado com as estimativas de analistas para os resultados de cada companhia.

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Usiminas (USIM5)

A Usiminas divulgará seus resultados do segundo trimestre de 2025 no dia 25 de julho, antes da abertura do mercado. O Bradesco BBI avalia que os resultados devem vir mais fracos nas divisões de siderurgia e mineração. A expectativa é de um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 489 milhões no segundo trimestre de 2025 — abaixo dos R$ 733 milhões registrados no 1T25, mas acima dos R$ 295 milhões no 2T24 — e significativamente inferior à estimativa de consenso de R$ 680 milhões.

Segundo os analistas, os volumes consolidados de aço devem recuar 1,0% em relação ao trimestre anterior, para 1,1 milhão de toneladas, enquanto a realização de preços também deve cair 1,5% no comparativo trimestral, devido a um mix menos favorável. Para os próximos trimestres, a tendência é de continuidade na queda dos preços realizados, refletindo o ajuste em curso nos preços domésticos do aço acabado.

Quanto aos custos, o BBI projeta um aumento de 1% no CPV (custo produto vendido) por tonelada, mesmo com a queda no custo das matérias-primas e a valorização do real. Na divisão de mineração, a projeção é de um EBITDA de R$ 136 milhões, 34% abaixo do trimestre anterior, impactado por preços realizados 9% menores, ainda que parcialmente compensado por volumes 4% maiores.

A Genial Investimentos também projeta um trimestre fraco para a Usiminas, graças à deterioração dos principais indicadores operacionais, refletindo um ambiente mais desafiador tanto na divisão de aço quanto na de mineração.

A expectativa é de que a receita líquida consolidada fique em R$ 6,5 bilhões, o que representa queda de 5,6% em relação ao trimestre anterior e alta de 2,0% na comparação anual. O recuo no faturamento e o aumento dos custos da divisão de aço, associados à forte queda nos preços da mineração, são os principais fatores por trás desse desempenho.

Um ponto que chamou a atenção da Genial foi o fato de que, mesmo com um cenário supostamente favorável à queda do custo por tonelada (COGS/t) no trimestre, a Usiminas não deve apresentar redução. A corretora estima um COGS/t de R$ 5.196, alta de 2,3% em relação ao primeiro trimestre e queda de 3,2% frente ao segundo trimestre de 2024. O aumento seria pressionado por fatores como fretes mais altos, maiores despesas com manutenção e maior utilização de placas de terceiros.

Segundo estimativa da Genial, o EBITDA ajustado consolidado deve atingir R$ 446 milhões, o que representa uma forte retração de 39,2% em relação ao trimestre anterior e de 80,2% na comparação anual, refletindo a perda de rentabilidade nas duas divisões da companhia. O lucro líquido estimado é de R$ 103 milhões, uma queda de 69,5% em relação ao trimestre anterior, mas revertendo o prejuízo registrado no mesmo período do ano passado. A margem líquida também deve encolher, pressionada pela piora no desempenho operacional.

A Genial manteve recomendação neutra e cortou o preço-alvo de R$ 6 para R$ 4,75.

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Gerdau (GGBR4)

A Genial Investimenos acredita que o 2T25 reforçará o contraste entre as operações da Gerdau na América do Norte e no Brasil. O cenário mais favorável nos EUA deve elevar a contribuição da região para 69% do EBITDA consolidado ante 50% no 1T25, enquanto o Brasil deve recuar de 44% para 27%. No Brasil, a pressão vem de preços mais fracos para vergalhão e custos ainda elevados após o início da linha BQ2 em Ouro Branco (MG).

Enquanto a margem no Brasil deve cair 4,8 p.p., para 9,2%, a da América do Norte deve subir 5,8 p.p., atingindo 19,4%, sustentando o crescimento do consolidado.

A Genial Investimentos projeta que, apesar de um avanço sequencial do EBITDA da Gerdau no segundo trimestre de 2025, ainda deverá haver uma queima de caixa livre (FCF) de aproximadamente R$ 740 milhões, melhor do que a observada no primeiro trimestre.

O time da Genial ressalta que a disciplina financeira será ainda mais relevante na segunda metade do ano, com menor margem para desvios no cronograma de execução. Com a expectativa de suavização do efeito caixa do CAPEX, liberação de capital de giro e melhora sequencial do EBITDA, a Genial acredita que a companhia deve voltar a gerar caixa livre apenas a partir do terceiro trimestre de 2025.

A Genial ainda vê exagero na queda de 8% das ações no ano e acredita em melhora no 2º semestre, com reajustes de preços nos EUA e redução de custos no Brasil. Com isso, a corretora reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 19, representando um potencial de valorização de 14,9%.

Seguindo a opinião da Genial, o Bradesco BBI projeta que a Gerdau apresentará um desempenho positivo na América do Norte, o que deve compensar, ao menos parcialmente, os resultados mais fracos no Brasil. A estimativa da casa é de um EBITDA de R$ 2,5 bilhões no segundo trimestre de 2025, o que representaria um avanço de 4% em relação ao trimestre anterior, mas ainda uma queda de 9% na comparação anual.

No Brasil, o BBI prevê uma deterioração de 3,6 pontos percentuais nas margens, que devem recuar para 10,5%, o menor nível recente. Em contrapartida, a operação da América do Norte tende a ser o principal destaque positivo do trimestre, com margens projetadas em 17,3% — alta de 3,6 p.p. frente ao trimestre anterior.

Para a divisão América Latina (LatAm), o cenário deve seguir desafiador, especialmente diante das dificuldades enfrentadas na Argentina. O BBI lembra que a Gerdau deve divulgar seus resultados no dia 31 de julho.

Segundo projeções do BBI, o lucro líquido da Gerdau deve crescer 3,8% na comparação anual, para R$ 900 milhões.

Para BBA, os números da Gerdau devem ser ajudados pela melhora no desempenho na América do Norte, enquanto o BTG disse que sua preferência relativa por Gerdau em relação a Usiminas e CSN permanece inalterada, com expectativa de desempenho superior da empresa devido à sua presença nos EUA.

CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3)

Com resultados previstos para o próximo dia 31 de julho, o BBI projeta que os resultados da CSN (CSNA3) e da CSN Mineração (CMIN3) devem ser impactados principalmente pela menor realização dos preços do minério de ferro. A estimativa é de um EBITDA consolidado de R$ 2,4 bilhões para a CSN, representando queda de 4% em relação ao trimestre anterior e de 8% na comparação anual.

No segmento de mineração, o banco espera que o EBITDA da CSN Mineração recue 20% frente ao trimestre anterior, para R$ 1,15 bilhão, reflexo de uma queda de 17% nos preços realizados do minério de ferro. Esse efeito deve ser parcialmente compensado por um aumento de 12% nos embarques e por custos estáveis, com o custo C1 estimado em torno de US$ 21 por tonelada.

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Já a divisão siderúrgica da CSN deve apresentar crescimento de 15% no EBITDA em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 558 milhões. Esse desempenho seria sustentado por uma realização de preços estável, volumes ligeiramente menores (queda de 2%) e uma melhora nos custos, com redução de 5% em relação ao trimestre anterior.

No setor de cimento, o BBI projeta um EBITDA de R$ 283 milhões, alta de 18% frente ao trimestre anterior, impulsionada por embarques sazonalmente mais fortes. Ainda assim, o banco destaca que os maiores desembolsos de investimentos devem continuar pressionando o fluxo de caixa das empresas até o fim de 2025.

Na última linha, o BBI prevê prejuízo líquido de R$ 709 milhões no 2T25, um aumento de 34% em relação ao prejuízo de R$ 529 milhões de um ano antes.

Vale (VALE3)

O BBI projeta que os resultados da Vale (VALE3) no segundo trimestre devem ser impactados por preços menores de minério de ferro. A estimativa é de um EBITDA ajustado de US$ 3,2 bilhões, queda de 1% em relação ao trimestre anterior e de 20% na comparação anual.

A produção de minério de ferro deve atingir 82 milhões de toneladas, o que representaria um crescimento de 2% frente ao mesmo período do ano passado e de 22% em relação ao primeiro trimestre, impulsionada pelos volumes adicionais de Capanema e Vargem Grande. Ainda assim, o BBI estima que as vendas de minério de ferro e pelotas recuem 3% na base anual (mas subam 17% na trimestral), totalizando 77 milhões de toneladas, refletindo a estratégia da companhia de concentrar mais volumes na China.

Quanto aos preços realizados do minério de ferro, a projeção é de queda de 14% na comparação anual e de 6% frente ao trimestre anterior, para US$ 85 por tonelada, seguindo a tendência dos índices de referência. Já os preços das pelotas também devem cair, diante da redução contínua dos prêmios.

Do lado dos custos, o BBI espera um desempenho sólido, com o custo C1 (excluindo compras de terceiros) caindo 9% em relação ao mesmo período do ano passado, mas subindo 8% em relação ao trimestre anterior, para US$ 22,6 por tonelada.

Na divisão de Metais Básicos, o BBI prevê um EBITDA de US$ 515 milhões, ante US$ 554 milhões no 1T25, com a queda sendo atribuída principalmente ao aumento nos custos, ainda que parcialmente compensado por maior produção e preços realizados. A Vale deve divulgar seus resultados no dia 31 de julho.

O Itaú BBA, por sua vez, projeta que os impactos negativos dos mecanismos de precificação e preços de referência mais baixos do minério de ferro provavelmente pesarão sobre os resultados da Vale, apesar de serem compensados por maiores volumes.

Já o BTG continua vendo uma fraca geração de lucro e caixa, o que limita a
atratividade do yield.




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