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“O Brasil não é um grande exportador de aço para os EUA e o efeito das tarifas pode ser mais sentido pelos próprios consumidores americanos. O país também não é um grande exportador de alumínio para os Estados Unidos. A China é o principal player nesse mercado”, disse Werner Roger, CIO da Trígono, para a reportagem do InfoMoney. Bruno Corano, economista da Corano Capital, também falou que o Brasil não vende e não tem uma dependência única e exclusiva do país norte-americano para a venda de aço, tendo outros compradores. “Então é muito mais sensível a concorrência com outros produtores de aço, especialmente a China, do que o fato de os Estados Unidos taxarem o aço”. Leia mais: Governo Lula considera taxar big techs em represália a tarifas de Trump, diz jornal Setores e ações
Um dos setores que as gestoras apostam é o agronegócio, que tende a ser favorecido pelo preço das commodities, definido a nível mundial. O Brasil também deve registrar safra recorde 322,47 milhões de toneladas de grãos neste ano, 8,3% superior ao total registrado no ano passado, segundo a Conab, o que pode impulsionar mais as firmas do segmento. Outro de destaque é o industrial. No ano passado, a produção industrial brasileira registrou crescimento de 3,1% na comparação com 2023, o terceiro maior resultado os últimos 15 anos, segundo dados do IBGE. E isso mesmo com os juros elevados. Veja abaixo alguns dos papéis desses dois segmentos que podem se beneficiar, segundo especialistas e relatórios de gestoras.
Na lista das empresas do agronegócio está a São Martinho (SMTO3), do segmento sucroenergético, que reportou lucro líquido de R$ 157,9 milhões no terceiro trimestre da safra 2024/25, uma queda de 25% na comparação com o mesmo período um ano antes. Leia mais: Lucro da São Martinho cai 25% no 3º trimestre da safra 2024/25 Kepler Weber (KEPL3)Outro nome é a Kepler Weber (KEPL3), empresa de armazenagem agrícola. De acordo com com Roger, a firma tende a se beneficiar de um ambiente de combustíveis renováveis. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Lei do Combustível do Futuro, medida que, segundo o especialista, tende a respingar de forma positiva na empresa. Leia mais: Lula sanciona Combustível do Futuro, que promete destravar R$ 260 bi em investimentos Marcopolo (POMO4)Do setor industrial, um dos nomes preferidos das gestoras é a Marcopolo (POMO4), fabricante de ônibus e micro-ônibus para transporte urbano e rodoviário. O BTG Pactual, por exemplo, diz que a perspectiva positiva em relação à empresa é apoiada pelo fato de seu papel ser negociado com valuation de 6x P/L e um dividend yield (taxa de retorno só com dividendos) de 10% para 2025, além dos seguintes fatores:
Tupy TUPY3A Tupy (TUPY3), multinacional brasileira do ramo da metalurgia, é outro nome do setor industrial. A ação também foi mantida na carteira de recomendações de small caps de fevereiro do BB Investimentos. Segundo Roger, da Trígono, 65% das receitas da small cap são do exterior. “Estados Unidos é o maior mercado. Portanto, ela tem o dólar a seu favor”. Riscos de investir em small capsSmall caps têm menos liquidez do que as grandes companhias listadas na bolsa. Portanto, se um investidor precisar se desfazer dos seus papéis, pode encontrar alguma dificuldade para encontrar compradores dispostos a adquiri-los. Por esse motivo, esses papéis também estão mais sujeitos às oscilações do mercado. De acordo com especialistas, investir nesse tipo de empresa exige visão de longo prazo, respeito ao próprio perfil de risco e estômago para lidar com volatilidade. Leia mais: Como investir nas ações das pequenas e médias empresas da bolsa |
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