![]() A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, voltou a endurecer o discurso contra os Estados Unidos neste sábado (30). Em vídeo publicado no Instagram, ela afirmou que uma agressão militar de Washington resultaria em “um grande dano ao próprio país” e que Caracas está pronta para resistir. “Senhores falcões dos Estados Unidos, acalmem-se, tranquilizem-se, porque vão causar um grande dano ao seu próprio país. A Venezuela estará pronta e preparada. O povo venezuelano está pronto e preparado”, disse Rodríguez durante ato de alistamento na refinaria El Palito, em Carabobo. As declarações somam-se à carta enviada dias antes pelo presidente Nicolás Maduro ao secretário-geral da ONU, António Guterres. No documento, divulgado pela chancelaria venezuelana, o líder chavista denunciou a mobilização de navios de guerra americanos no Caribe como uma “ameaça sem precedentes” à paz regional e acusou Washington de violar tratados internacionais, como a Carta da ONU e o Tratado de Tlatelolco. Escalada militar dos EUANesta semana, os Estados Unidos deslocaram sete embarcações, incluindo destróieres e um submarino de ataque nuclear, além de 4.500 militares, sob a justificativa de combater cartéis latino-americanos. A Casa Branca já classificou organizações como o cartel de Sinaloa e o grupo venezuelano Tren de Aragua como “terroristas globais”. A porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt afirmou, na quinta-feira, que o governo de Donald Trump “está preparado para usar todos os elementos da força americana” no combate ao tráfico de drogas. Em resposta, Maduro ordenou o alistamento de milhões de milicianos e acusou os EUA de tentar promover uma mudança de regime. Ontem, apareceu de farda militar ao visitar tropas e falou em “defender a paz e a soberania nacional” em meio às ameaças do governo americano, que o acusa de ser um narcotraficante. Segundo o ditador, o governo da Colômbia se uniu aos esforços dos venezuelanos para reforçar a segurança na fronteira. Contexto da criseAs tensões entre Caracas e Washington vêm crescendo há anos. O governo venezuelano alega que as sanções econômicas impostas pelos EUA provocaram migração forçada e perdas bilionárias à estatal petrolífera, enquanto acusa a Casa Branca de manipular o discurso antidrogas para justificar uma intervenção. Já reportagens da Bloomberg e do Axios indicam que, dentro do governo Trump, estão em estudo opções que vão desde operações agressivas contra embarcações suspeitas até ações aéreas estratégicas. Fontes ouvidas pelo Axios afirmam que a saída de Maduro do poder está “no cardápio” da Casa Branca, ainda que uma invasão terrestre seja improvável. O secretário-geral da ONU já apelou para que as diferenças sejam resolvidas de forma pacífica. Especialistas alertam que, caso a escalada militar e retórica continuem, o impasse pode se transformar em um confronto de grandes proporções, com impacto direto na estabilidade política e econômica da América Latina. |
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