 A vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) foi alvo de ataques transfóbicos durante uma sessão da Câmara Municipal de Natal, na terça-feira (21), enquanto se posicionava contra a concessão do título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso, registrado em boletim de ocorrência, está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Thabatta, que é mulher trans e mãe atípica, discursava contra a homenagem quando apoiadores de Bolsonaro, presentes na galeria, começaram a proferir ofensas transfóbicas. Entre as falas registradas pela assessoria da vereadora, estão frases como “você não é mulher de verdade” e insinuações de que ela teria “dois sexos”. Apesar da gravidade das ofensas — a transfobia é crime inafiançável e imprescritível no Brasil, conforme decisão do STF de agosto de 2023 —, nenhuma medida foi tomada pela Câmara no momento do ocorrido. A vereadora afirmou que a Guarda Municipal não interveio e que as pessoas envolvidas não foram sequer identificadas. “A delegada que me ouviu perguntou: ‘O que a Câmara fez?’. Eu disse: ‘Nada’. Ela me respondeu que as ofensas configuram crime e que o correto seria ter dado voz de prisão. Mas não houve sequer registro dos nomes das agressoras”, declarou em entrevista ao UOL. Na quarta-feira (22), Thabatta publicou imagens das pessoas envolvidas e pediu ajuda da população para identificá-las. Em plenário, voltou a denunciar a omissão institucional e recebeu apoio de outros parlamentares. “Essa segurança falha não é só para mim, uma mulher trans, mas para tantas outras representações. Poderia ter sido por intolerância religiosa, racismo, capacitismo”, afirmou.
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