O Tribunal Popular da Cidade de Ho Chi Minh, no Vietnam, condenou à morte a magnata do setor bancário Truong My Lan por supostamente liderar um esquema de fraude que causou danos calculados em 677 trilhões de VND (cerca de US$ 27 bilhões) ao Saigon Commercial Bank (SCB) ao longo de uma década, informam os jornais locais Lan, de 68 anos, foi punida por três crimes: suborno, violação de regulamentos bancários e peculato, disseram os juízes. Ela ainda foi condenada a pagar uma indenização de 673,8 trilhões de VNDs ao SCB. O julgamento levou em conta atenuantes de que Lan não tinha antecedentes criminais e que havia contribuído muito para a comunidade, participando de atividades de caridade e saúde. Mas ela foi considerada mentora de um esquema de longo prazo que causou “consequências irrevogáveis”. AcusaçõesSegundo as acusações, ela aproveitou um plano do Estado de reestruturar o SCB para usar o banco como caixa depois de fundir dois credores com ele. Lan detinha indiretamente 91,5% de participação no SCB e teria ordenado que os líderes do banco aprovassem empréstimos para empresas do ecossistema de sua empresa – Van Thinh Phat – para que ela pudesse retirar dinheiro do banco, dizia a acusação. Além disso, ela teria ordenado que a diretoria do SCB transferisse o dinheiro para empresas de fachada e, em seguida, movimentava o dinheiro ou fazia saques para cobrir suas irregularidades. Entre 2012 a 2022, Lan e seus cúmplices obtiveram 2.500 empréstimos e causaram as perdas que chegaram a 677 trilhões de VNDs ao banco. O esquema teria atingido cerca de 42 mil pessoas detentora de títulos do SCB, que não puderam sacar seu dinheiro e não haviam recebido pagamentos de juros ou principal desde a prisão de Lan. Houve ainda acusações de pagamentos de suborno a auditores do Banco Estatal do Vietnã. A inspetora bancária chefe Do Thi Nhan, por exemplo, teria recebido US$ 5,2 milhões em suborno, enquanto seu chefe, Nguyen Van Hung, recebeu US$ 300 mil. Segundo o site VN Express International, antes de receber a sentença, Lan pediu clemência disse ao tribunal que ela e outros executivos do SCB e da Van Thinh Phat podem ter violado os regulamentos bancários, mas que ela não foi a principal culpada pelas irregularidades. Ela alegou que entrou no setor bancário sem experiência. “Devido à minha falta de compreensão das questões jurídicas, não podia prever ser arrastada para a reestruturação do SCB e, portanto, fiz as coisas erradas.”
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