![]() Depois de muito barulho sobre a possível demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, pelo presidente Donald Trump ontem, a agenda de quinta se apresenta mais esvaziada de indicadores tanto aqui quanto nos EUA. Por aqui, o dia foi marcado pela decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que restabeleceu, em parte, a eficácia dos decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). De outro lado o magistrado manteve a derrubada do trecho do decreto que tratava da tributação das operações de risco sacado. Nesta quinta, a agenda traz apenas Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), medido pela Fundação Getulio Vargas, será divulgado às 8h com os dados de julho. Nos Estados Unidos, às 9h30, saem os números de auxílio-desemprego semanal, preços de importados de junho e vendas no varejo do mesmo mês. O mercado acompanha ainda os discursos de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ao longo do dia. Adriana Kugler, do Fed de Cleveland, fala às 11h; Mary Daly, do Fed de São Francisco, às 13h45; Lisa Cook, integrante do conselho do Fed, às 14h30; e Christopher Waller encerra a agenda às 19h30. A expectativa gira em torno de sinais sobre os próximos passos do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). Após o fechamento do mercado, a Netflix divulga seu balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com projeção de lucro por ação de US$ 7,03 e receita de US$ 11,04 bilhões. O que vai mexer com o mercado nesta quintaAgendaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia sua agenda às 11h30, com a participação na cerimônia de abertura do 60º CONUNE – Congresso da União Nacional dos Estudantes, no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Às 16h, Lula visita as instalações da policlínica em Juazeiro (BA), no âmbito do programa “Agora Tem Especialistas”. Encerrando a agenda, às 17h, participa da cerimônia de anúncio de entregas do Governo Federal na área da saúde. Às 11h, Gabriel Galípolo, presidente do BC, tem reunião com Vilson Covatti, Secretário de Desenvolvimento Rural do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. (fechado à imprensa) Brasil 8h – IGP-10 (julho) EUA 9h30 – Preços de importados (junho) 9h30 – Auxílio-desemprego (semanal) 9h30 – Vendas no varejo (junho) 9h30 – Exportação de grãos (USDA) – semanal 11h – Estoques empresariais (maio) 11h – Discurso de Kugler, membro do Fomc 13h45 – Discurso de Mary Daly, Membro do FOMC 14h30 – Discurso de Cook, governador do Fed 19h30 – Discurso de Waller, membro do Fed INTERNACIONALEstratégiaO governo Lula aposta em sensibilizar o mercado consumidor dos EUA para tentar reverter a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil. Liderados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os diálogos envolvem reuniões com setores da indústria e agronegócio, que devem buscar importadores americanos para mostrar os impactos negativos da taxação. O objetivo é que o tema seja revertido antes de 1º de agosto, data prevista para a entrada em vigor da tarifa. A estratégia também inclui diálogo com representantes comerciais dos EUA, como a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham). Embaixada dos EUAO encarregado da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Scobar, se reuniu na quarta-feira (15) com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), após a decisão de Donald Trump de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo Randolfe, Scobar mencionou a atuação de um deputado brasileiro nos EUA, em aparente referência a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas sem citá-lo nominalmente. O senador afirmou que essa posição não representa o Congresso e sugeriu um encontro com os presidentes da Câmara e do Senado. Possível demissãoO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou a parlamentares republicanos que pretende demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, mas negou que a medida seja iminente. Em evento na Casa Branca, Trump voltou a criticar a condução da política monetária e insinuou haver fraude na reforma da sede do banco central, cujo custo subiu de US$ 1,8 bilhão para US$ 2,5 bilhões. A possível demissão enfrenta barreiras legais após decisão da Suprema Corte, que limita esse tipo de intervenção. Kevin Hassett, cotado para substituir Powell, criticou o Fed por agir de forma lenta na redução dos juros e disse que a taxa está defasada em relação à Europa. Anti-imigraçãoO Parlamento de Portugal aprovou um pacote anti-imigração que endurece as regras para entrada, permanência e naturalização de estrangeiros, impactando diretamente milhares de brasileiros. A nova lei aumenta o tempo mínimo de residência para pedido de cidadania e restringe o reagrupamento familiar. Vistos de trabalho passam a ser limitados a profissionais altamente qualificados, sem definição clara. A proposta, apoiada pela direita e pela ultradireita, também cria uma força policial para fiscalizar e deportar imigrantes. ECONOMIAIOFO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu restabelecer, em parte, a eficácia dos decretos do presidente Lula sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). De outro lado o magistrado manteve a derrubada do trecho do decreto que tratava da tributação das operações de risco sacado. Decisão monocráticaSenadores destacaram o conflito entre os poderes Legislativo e Executivo, e criticaram a decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes. O senador Esperidião Amin (PP-SC) manifestou preocupação com a decisão e ressaltou a votação do Congresso que rejeitou os decretos. “Nós votamos a favor do decreto legislativo que se insurgia contra a transformação de um imposto que é regulatório num tributo arrecadatório. Agora uma decisão monocrática considera que o decreto presidencial estava de acordo com a Constituição, não obstante todos saibamos que o decreto contém essa mudança de conceito de imposto regulatório para imposto arrecadatório.” Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), a decisão fere a prerrogativa do Congresso Nacional e levantou dúvidas sobre a eficácia do trabalho parlamentar. Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ) reforçou a necessidade de respostas institucionais para as decisões monocráticas e a defesa do Legislativo: “Se há uma violação das nossas decisões pelo STF, que tem acontecido constantemente, nós temos que dar a resposta aqui no Congresso. Tem que ter uma resposta. Está lá na Câmara.” Mais críticasDeputados de partidos da oposição criticaram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que retomou a validade da maior parte do decreto do governo para elevar a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Já parlamentares da base governista chamaram de equilibrada a atuação do ministro. Pauta-bombaA Câmara aprovou na noite desta quarta (16) uma pauta-bomba que inclui um crédito subsidiado de até R$ 30 bilhões para o agronegócio, com recursos provenientes das verbas do petróleo do pré-sal, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. A aprovação veio após o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aumento de deputados e à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de validar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), contra a decisão anterior do Congresso. Imposto de RendaA comissão da Câmara aprovou o relatório do deputado Arthur Lira (PP-AP) que amplia a isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil. O texto também prevê isenção parcial até R$ 7.350 e cria um imposto mínimo para rendas acima de R$ 50 mil mensais. Dividendos passarão a ser tributados em 10% a partir desse valor, inclusive para estrangeiros. Lira reintroduziu o dispositivo redutor para evitar alta excessiva na carga tributária de acionistas. Municípios e empresas pressionam por ajustes. E a votação?Lira disse que a votação em plenário do projeto que amplia a isenção do IR não será simples e deve enfrentar tentativas de mudança. Segundo ele, o debate no plenário será “um campo livre”, onde todos poderão propor emendas. O texto, aprovado em comissão especial, deve ser pautado em agosto. Lira disse que seu relatório é “similar, mas não igual” ao projeto original do governo e justificou a reintrodução do redutor na tributação de dividendos com base em uma sobra de arrecadação prevista no relatório. Dívida brutaO Tesouro Nacional projeta que a dívida bruta do governo geral chegue a 79,0% do PIB em 2025 e continue subindo até 2028, quando deve atingir 84,3%. A partir daí, espera-se uma leve queda, com o indicador recuando para 82,9% em 2035. As novas estimativas mostram piora em relação às projeções de dezembro de 2024, que apontavam pico menor e trajetória de ajuste mais rápida. Segundo o Tesouro, o cenário atual incorpora juros, câmbio e inflação mais elevados, além de resultados fiscais mais fracos. O mercado, por sua vez, estima que a dívida atinja 80% do PIB já em 2024. FinanciamentosProjetos da área de saúde receberam R$ 11,3 bilhões em financiamentos aprovados pelo BNDES e pela Finep entre janeiro de 2023 e junho de 2025, quase o dobro do montante registrado na gestão anterior, segundo a Folha de S.Paulo. Os recursos apoiam iniciativas voltadas ao fortalecimento do SUS e à soberania sanitária. A maior parte foi liberada em 2023, com R$ 6,6 bilhões. A meta é ampliar a produção nacional de insumos estratégicos para 70% até 2033. POLÍTICAPronunciamento de LulaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gravou pronunciamento a ser veiculado na rede nacional de rádio e TV nesta quarta sobre as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump. O plano da Secretaria de Comunicação Social (Secom) é que o conteúdo seja veiculado nesta quinta-feira (17). VetoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu vetar o projeto de lei que previa o aumento do número de deputados federais de 513 para 531, aprovado pelo Congresso no final de junho. PrecatóriosO Senado aprovou, em primeiro turno, a PEC que altera regras sobre o pagamento de precatórios. O texto tira os precatórios do limite de despesas primárias da União a partir de 2026; limita o pagamento dessas dívidas por parte de estados e municípios; e refinancia dívidas previdenciárias desses entes com a União. Na prática, a medida alivia estados e municípios, ao permitir que paguem dívidas judiciais em parcelas menores e com mais prazo. Também ajuda o governo federal a cumprir a meta fiscal ao retirar parte desses gastos do teto de despesas. A PEC ainda precisa de nova votação no Senado para passar a valer. Não mexa no meu PixO governo federal divulgou na quarta-feira (16) uma peça publicitária em resposta à investigação dos Estados Unidos que questiona o Pix como prática desleal. Com a frase “O Pix é nosso, my friend”, a imagem foi publicada nas redes sociais com um texto de tom irônico. A reação ocorre após o anúncio de inquérito baseado na Seção 301 da lei comercial americana, que alega prejuízos a empresas dos EUA. O governo também prepara uma resposta técnica, com coordenação entre Itamaraty, ministérios e o Banco Central, e avalia que a medida tem mais peso simbólico do que efetivo. InacreditávelO ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou duramente a investigação dos Estados Unidos contra o Brasil, classificando como “inacreditável” a preocupação do presidente Donald Trump com a rua 25 de Março e o Pix. Em evento no Palácio do Planalto, ele chamou a ação americana de “intromissão absolutamente indevida” e defendeu que a resposta brasileira será dada com “serenidade, diálogo, firmeza e união”. Rui disse que nenhuma outra nação pode interferir em decisões internas do Brasil, reforçando a necessidade de união nacional para definir o futuro do país. SoberaniaOs presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declararam apoio ao governo Lula (PT) diante da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos. A medida foi classificada como uma agressão ao Brasil, especialmente após Donald Trump vincular o tarifaço à situação judicial de Jair Bolsonaro (PL). Em reunião com Geraldo Alckmin e Gleisi Hoffmann, os líderes do Congresso reforçaram o compromisso com a soberania nacional e disseram apoiar eventuais medidas de retaliação. Alcolumbre elogiou a postura de Lula e defendeu firmeza sem ceder à pressão por anistia. Já Motta destacou a prontidão do Legislativo, citando a Lei de Reciprocidade como exemplo. Sigilo quebradoO procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que Jair Bolsonaro divulgou indevidamente um inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre o ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral em 2018. A manifestação consta das alegações finais da PGR no processo da trama golpista em julgamento no STF. Gonet criticou a divulgação distorcida do conteúdo, reforçando que o inquérito não investigava fraudes nas urnas eletrônicas. O posicionamento indica possível reabertura do caso, paralisado desde 2021. RumbleO Rumble recorreu nos EUA contra a ordem do ministro Alexandre de Moraes que exige bloqueio de conta no Brasil e compartilhamento de dados do comentarista bolsonarista Rodrigo Constantino. A plataforma, junto com a Truth Social de Trump, alega violação das leis americanas, já que Constantino é cidadão dos EUA. O Rumble ainda critica a decisão como uma “jogada pessoal de poder” e afirma que contraria posicionamento oficial do governo brasileiro. Fora de controleIntegrantes do PL dizem que o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) está “fora de controle” em sua cruzada contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), motivado pela ambição presidencial em 2026. Além disso, o advogado-geral da União, Jorge Messias, alertou que Eduardo pode ser processado por dano moral coletivo devido à sua atuação nos EUA, que agravou a crise comercial entre Brasil e Estados Unidos. Paralelamente, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, pediu a suspensão do mandato de Eduardo, acusando-o de ferir os interesses do país ao defender sanções contra o Brasil. Atualmente, Eduardo está licenciado e enfrenta processos de cassação por quebra de decoro. ConfrontadoraMesmo foragida, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) segue ativa nas redes sociais por meio de uma conta alternativa, após a suspensão de seus perfis oficiais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Condenada por crimes ligados à invasão de dados, ela mantém postura confrontadora, atacando o ministro Alexandre de Moraes e criticando a tarifa de 50% imposta por Trump. Zambelli também elogiou o presidente da Câmara, Hugo Motta, e agradeceu o apoio de líderes do PL. Apesar da decisão judicial que proíbe suas publicações, ela desafia a ordem, sujeita a multa diária de R$ 50 mil. (Com Agência Brasil, CNBC, Estadão e Reuters) |
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