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Economia

XP Asset: XPDI11 reduz guidance e revê expectativas com impacto de Oxi

- 22/08/2025 6 Visualizações 6 Pessoas viram 0 Comentários
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O fundo de debêntures de infraestrutura XPID11, da XP Asset, revisou suas projeções para 2025 após atualização do fluxo de pagamentos da companhia Oxi (empresa geradora de energia elétrica a partir de biomassa). Segundo os gestores do ativo, a deterioração do fluxo de caixa da empresa levou à redução das distribuições mensais do fundo, que caem de R$ 0,60 para R$ 0,50 por cota.

A XP Asset, que administra mais de R$ 210 bilhões em três estratégias principais, destacou que o fundo mantém isenção de imposto de renda para investidores pessoa física, tanto em rendimentos quanto em ganhos de capital. Apesar da revisão, a gestora projeta que o patamar de R$ 0,50 por cota pode ser sustentado até 2026, mesmo em um cenário de inadimplência total da Oxi no curto prazo.

O episódio marca o primeiro impacto relevante de crédito do fundo desde a sua criação, em 2021. A perda estimada de valor patrimonial foi de 13%, com o ativo da Oxi reprecificado de 88% para 75% do valor de face. Essa movimentação equivale a uma perda de aproximadamente R$ 5,22 por cota.

Além do ajuste no portfólio, a XP Asset reforçou que continua monitorando as empresas investidas e aplicando provisões conservadoras. A expectativa é de que, mesmo sem novas receitas vindas da Oxi em 2025, a carteira mantenha capacidade de distribuição recorrente.

O gestor do fundo é o especialista da XP Asset Tiago machado, e as informações foram repassadas pelos analistas João Gabriel Bandeira e Eduardo Borges.

Portfólio se mantém estável desde 2021

O fundo mantém a mesma estrutura de ativos desde o seu lançamento, com seis projetos em operação: três linhas de transmissão (Campo Tiba, Onti e Arteon Z) e três de geração (a térmica Oxi e as PCHs Goiás e Gameleira). O fundo tem atualmente 99% do capital alocado, com caixa inferior a 1%.

O portfólio oferece retorno médio de IPCA +7,4% na taxa de emissão e IPCA +9,7% na marcação a mercado, com duration médio de 6,4 anos. Todos os ativos são operacionais, e o fundo tem participação relevante em assembleias de debenturistas, garantindo maior influência em eventuais renegociações.

No caso específico da Oxi, quatro SPEs de usinas de biomassa sustentam contratos de venda de energia até 2036. No entanto, a baixa disponibilidade operacional e penalidades contratuais reduziram receitas e comprometeram a geração de caixa.

As demais posições seguem performando dentro do esperado. As linhas de transmissão, em especial Arteon, vêm apresentando disponibilidade próxima de 100% e baixo risco operacional, com contratos corrigidos pelo IPCA.

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Campo Tiba: garantias evitam impacto nos fluxos 

Entre os projetos de transmissão, Campo Tiba demandou atenção após descumprimento de pagamentos por parte do sócio da concessionária. Contudo, garantias de Project Finance, como alienação fiduciária de ações e cessão de recebíveis, foram executadas, permitindo o acesso à conta reserva.

Com isso, os fluxos de pagamentos do ativo foram preservados, sem impacto direto no fundo. O saldo atual é de R$ 72 milhões, e a XP reforça que não há problemas operacionais na linha, apenas uma situação de estresse societário.

A Onti, por sua vez, mantém pagamentos regulares de PMTs e remuneração de IPCA +6,15, enquanto a Arteon, com contratos de 24 anos, reforça a estabilidade do portfólio, apresentando desalavancagem gradual e garantias robustas.

Já as PCHs Goiás e Gameleira, financiadas ainda em fase pré-operacional, estão hoje em funcionamento pleno, com contratos de energia de longo prazo e rentabilidade de IPCA +6,54.

Oxi segue como principal desafio 

A Oxi concentra o maior risco atual do portfólio. A companhia de geração térmica vem enfrentando indisponibilidade operacional, dificuldades de maquinário e necessidade de paradas técnicas prolongadas, o que compromete o fluxo de receitas. Penalidades contratuais por descumprimento de disponibilidade elevaram a pressão financeira.

As debêntures da Oxi, corrigidas por IPCA +8,5, contam com garantias reais, incluindo alienação de ações, recebíveis e equipamentos. Apesar disso, a empresa já deixou de honrar pagamentos previstos em junho e sinalizou incapacidade de cumprir novas obrigações em dezembro.

O fundo, de forma conservadora, já considerou no balanço um cenário de inadimplência total até o fim de 2025. Mesmo assim, a XP Asset projeta que, em 2026, as distribuições mensais de R$ 0,50 por cota podem ser mantidas com base nos demais ativos.




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